For a better experience, click the Compatibility Mode icon above to turn off Compatibility Mode, which is only for viewing older websites.

Segregação Urbana e Homicídios no Brasil

Rio city view

Salvador, Brasil, May 17, 2021

Uma publicação recente do Projeto SALUBRAL (Salud Urbana en Amerca Latina) destacou os efeitos da segregação de renda sobre os homicídios nas grandes cidades brasileiras. A segregação se refere à forma como os diferentes grupos estão localizados no espaço baseado nos seus status socioeconômicos, podendo ser estes mensurados pela educação, raça, idade, nível de renda, dentre outros.

Como esperado, os resultados apontaram que a segregação de renda possui um forte impacto no número de homicídios. Mesmo após inserir todo o conjunto de variáveis, encontramos que a segregação pode aumentar em até 50% o número de homicídios nas grandes cidades brasileiras.

A pesquisa utilizou dados de homicídios para o ano de 2010 nas 152 cidades brasileiras que compõem o projeto SALUBRAL. Além disso, foi calculado o índice de dissimilaridade baseado na renda a nível de setor censitário através do último censo demográfico. Este indicador varia de 0 a 1 (ou 0% a 100%) e nos permite ter uma visão espacial da segregação residencial dentro de uma cidade. Desse modo, podemos interpretar a magnitude do índice como o percentual de famílias de baixa renda que precisariam se “deslocar” na cidade para torná-la mais homogênea em termos de integração entre os grupos minoritários e majoritários. Também nos diz o quão distante os mais pobres estão da renda média da cidade.

Outros indicadores socioeconômicos foram utilizados como o índice de Gini, GDP per capita, educação, desemprego, taxa de pobreza e a superlotação de residências. Isso porque assumimos que o contexto socioeconômico que os indivíduos ou famílias estão inseridos contribui para o aumento ou diminuição dos efeitos da segregação sobre homicídios e em um campo mais amplo, sobre os diversos tipos violência.

O Brasil precisa urgentemente de políticas sociais e econômicas que visem a redução das desigualdades e a redução da violência em todo país e, principalmente, nos grandes centros urbanos. Estes problemas precisam ser vistos no contexto da saúde pública, pois impactam a saúde das populações, o sistema de saúde, provocam traumas sociais, etc. Assim, nossa pesquisa evidencia que políticas que visem reduzir a segregação de renda e promover condições sociais includentes são benéficas para a redução do número de homicídios no Brasil.

LER O ESTUDO

Para mais informações, entre em contato com J. Firmino de Sousa Filho, jose.sousa@ufba.br.