EVIDÊNCIA DE DIFERENÇAS NA EXPECTATIVA DE VIDA ENTRE E DENTRO DE SEIS GRANDES ÁREAS URBANAS METROPOLITANAS NA AMÉRICA LATINA
Philadelphia, Pennsylvania, USA,
December 11, 2019
COMUNICADO DE IMPRENSA
A importância de promover políticas públicas voltadas à diminuição das desigualdades sociais nas áreas urbanas da América Latina é evidenciada pelos resultados de uma investigação recente realizada pelo projeto Saúde Urbana na América Latina (SALURBAL) publicada hoje no The Lancet Planetary Health.
O estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Guatemala, México e Estados Unidos (EU) revela diferenças importantes na expectativa de vida das pessoas de acordo com a área em que residem em seis grandes áreas urbanas metropolitanas das principais cidades da América Latina. Os resultados destacam também a relação entre expectativa de vida e condição socioeconômica da área de residência dos cidadãos.
"Esta é a primeira vez que se mapea a magnitude extrema das desigualdades chamadas de injustas, ou iniquidades, na expectativa de vida em várias áreas urbanas de grandes cidades da América Latina, o que constitui um primeiro passo fundamental para reduzi-las ou erradicá-las no futuro", diz Usama Bilal, da Universidade de Drexel, na Filadélfia (EU) e primeiro autor do estudo.
Cada uma das seis áreas, que juntas abrigam mais de 50 milhões de pessoas, mostra diferenças importantes na expectativa de vida de acordo com a área de residência dos seus habitantes.
Santiago do Chile e Cidade do Panamá são duas das cidades com maior contraste interno. Por exemplo, em Santiago, a diferença na expectativa de vida entre áreas para os homens é de quase nove anos e 18 anos para as mulheres. Por sua vez, a Cidade do Panamá apresenta uma diferença de quase 15 anos na expectativa de vida para homens e mulheres. Importantes desigualdades também foram observadas em Buenos Aires, Belo Horizonte, San José e Cidade do México.
A diferença observada está fortemente relacionada ao contexto socioeconômico, medido através do nível de escolaridade observado nos diferentes setores dentro das grandes áreas urbana analisadas. No caso de Santiago, os residentes de áreas com maior nível de escolaridade podem ter até oito anos a mais de expectiva de vida para homens e 12 anos a mais, no caso das mulheres.
A descrição desse tipo de desigualdade na população latino-americana é um passo fundamental para entender os determinantes da saúde urbana na região.
"Esses resultados destacam a importância do desenvolvimento de políticas urbanas focadas na redução das desigualdades sociais e na melhoria das condições sociais e ambientais nos bairros mais pobres das cidades latino-americanas", disse Ana Diez Roux, pesquisadora principal do SALURBAL e coautora do estudo.
Para ler o estudo clique aqui.
Saúde Urbana na América Latina (SALURBAL) é um projeto de pesquisa que tem como objetivo estudar como as políticas e o ambiente urbano afetam a saúde dos moradores das cidades latino-americanas. Os resultados deste projeto servirão de referência para informar futuras políticas e intervenções para tornar as cidades mais saudáveis, mais equitativas e sustentáveis em todo o mundo. SALURBAL é financiado pela Wellcome Trust.